terça-feira, 9 de março de 2010

Enem mostra disparidade de vagas

No DF, relação chegou a 210,9 candidatos por vaga, enquanto RS registrou média de seis

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC), que usa a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como critério de entrada em universidades públicas, teve na sua terceira e última etapa uma concorrência que chegou a 210,9 candidatos por vaga, dependendo da região. Foi essa a relação no Distrito Federal, onde havia cadeiras disponíveis em apenas um curso.



Em situação inversa, o Rio Grande do Sul registrou média de seis estudantes disputando um lugar no ensino superior, a menor do Brasil.



Os números expressam as disparidades na distribuição de oportunidades na fase final do processo, que é testado pela primeira vez pelo governo. Enquanto no DF havia 12 vagas para o curso de agroecologia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB), cinco instituições gaúchas tinham juntas 3.786 em 150 cursos.



A concorrência também foi grande no Espírito Santo (48,35 por vaga), Bahia (33,03), Goiás(29,2) e Maranhão (28,1). Em alguns cursos, como os de medicina na UFPEL (RS), Univasf (PE), Unirio (RJ) e Ufam (AM), uma chance de estudo era pleiteada por mais de 100 pessoas.



Segundo o MEC, a expectativa é que, na próxima edição do sistema, mais instituições adotem o Enem como critério de seleção, contribuindo para equilibrar a oferta de cadeiras e a relação candidato/vaga nos estados.



Os aprovados da terceira etapa, cuja lista foi divulgada semana passada, têm entre amanhã e sexta-feira para fazer matrícula. Quem não foi selecionado pode, no mesmo prazo, confirmar se deseja fazer parte da lista de espera do curso para o qual se inscreveu, tendo a oportunidade de ficar com uma vaga não preenchida. Nas duas fases anteriores, quase a metade das 47 mil vagas não foi ocupada.

(Fábio Fabrini)

(O Globo, 8/3)

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