terça-feira, 28 de junho de 2011

Entenda a polêmica envolvendo o novo Código Florestal


A polêmica em torno do projeto de lei que estabelece o novo Código Florestal emperra sua votação na Câmara dos Deputados. De um lado, os ruralistas defendem as mudanças propostas pelo governo. Do outro, os ambientalistas apontam riscos do crescimento de florestas desmatadas e de prejuízos ao meio ambiente. A votação foi suspensa no último dia 12 de maio, sem prazo para voltar à pauta.

O Código Florestal, em vigor desde 1965, reúne um conjunto de leis que visam à preservação das florestas. Porém, ele não foi seguido pela maioria dos produtores rurais. Estima-se que 90% estejam em condições irregulares. O principal objetivo das mudanças é regularizar a situação desses produtores.

Os três principais pontos em discussão são:

APPs (Áreas de Preservação Permanente): são áreas de vegetação nativa nas margens de rios e encostas de morros que devem ser preservadas. O projeto prevê uma diminuição da faixa mínima a ser mantida pelos produtores rurais e a permissão de determinadas culturas em morros.

RL (Reserva Legal): são trechos de vegetação nativa localizados dentro de propriedades rurais. As mudanças na lei beneficiam pequenos proprietários, que ficarão isentos de reflorestar áreas desmatadas.

Anistia: o novo Código propõe suspender a multa e sanções aplicadas a proprietários rurais até 22 de julho de 2008 - data em que entrou em vigor o decreto regulamentando a Lei de Crimes Ambientais.

O acidente nuclear do Japão


Existem hoje cerca de 450 reatores nucleares, que produzem aproximadamente 15% da energia elétrica mundial. A maioria deles está nos Estados Unidos, na França, no Japão e nos países da ex-União Soviética. Somente no Japão há 55 deles.

A "idade de ouro" da energia nuclear foi a década de 1970, em que cerca de 30 reatores novos eram postos em funcionamento por ano. A partir da década de 1980, a energia nuclear estagnou após os acidentes nucleares de Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979, e de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Uma das razões para essa estagnação foi o aumento do custo dos reatores, provocado pela necessidade de melhorar a sua segurança. Com a queda do custo dos combustíveis fósseis na década de 1980, eles ficaram ainda menos competitivos. O custo da instalação de um reator nuclear triplicou entre 1985 e 1990.

Temos agora o terceiro grande acidente nuclear, desta vez no Japão, que certamente vai levar a uma reavaliação das vantagens e desvantagens de utilizar reatores nucleares.

Vejamos quais são os fatos, as causas e consequências do acidente nuclear japonês.

Os fatos são bastante claros: o sistema de resfriamento deixou de funcionar após os terremotos e o núcleo do reator onde se encontra o urânio começou a fundir, produzindo uma nuvem de materiais radioativos que escapou do edifício do reator, contaminando a região em torno dele. Além disso, o calor do reator decompôs a água em hidrogênio e oxigênio, o que provocou uma explosão do hidrogênio que derrubou parte do edifício. A quantidade de radioatividade liberada ainda não é conhecida, mas poderia ser muito grande (como em Chernobyl) se o reator não fosse protegido por um envoltório protetor de aço. O reator de Chernobyl não tinha essa proteção.

As causas do acidente são menos claras: a primeira explicação foi a de que, com o "apagão" causado pelo terremoto, os sistemas de emergência (geradores usando óleo diesel), que deveriam entrar em funcionamento e garantir que o sistema de resfriamento do reator continuasse a funcionar, falharam. A temperatura subiu muito e o núcleo do reator começou a fundir, como aconteceu no reator de Three Mile Island, nos Estados Unidos. Essa explicação provavelmente é incompleta; é bem provável que parte da tubulação de resfriamento tenha sido danificada, impedindo a circulação da água.

O que se aprende com essa sucessão de eventos é que sistemas complexos como reatores nucleares são vulneráveis e é impossível prever toda e qualquer espécie de acidente. Em Three Mile Island não houve nem terremoto nem tsunami, e nem por isso o sistema de refrigeração deixou de falhar.

A principal consequência do acidente nuclear no Japão é o abalo da convicção apregoada pelos entusiastas da energia nuclear de que ela é totalmente segura. Tal convicção é agora objeto de reavaliação em vários países e certamente também o será no Brasil.

Essa reavaliação envolve três componentes.

Em primeiro lugar, considerações econômicas: a competitividade da energia elétrica produzida em reatores nucleares comparada com eletricidade produzida a partir de carvão ou gás é desfavorável a ela. Ainda assim, ela se justificaria porque o uso de carvão ou gás para geração de eletricidade resulta na emissão de gases responsáveis pelo aquecimento da Terra, principalmente o dióxido de carbono. Em funcionamento normal, reatores não emitem esse gás. A competitividade da energia nuclear poderia melhorar se a emissão de carbono fosse taxada.

Em segundo lugar, considerações de segurança no suprimento de energia. A produção de eletricidade em reatores nucleares torna certos países menos dependentes de importações de carvão ou de gás natural - caso do Japão e da França -, mas, em contrapartida, torna-os dependentes da produção de urânio enriquecido ou da sua importação.

Em terceiro lugar, riscos de natureza ambiental e de proteção à vida humana resultantes da radioatividade. Este parece ser o "calcanhar de aquiles" da energia nuclear. Outras formas de produção de eletricidade também oferecem riscos, que vão desde a mineração do carvão até usinas hidrelétricas que, ao se romperem, podem acarretar mortes e outros problemas, como o deslocamento de populações. No entanto, a radioatividade que é liberada em acidentes nucleares causa não só mortes imediatas (como aconteceu em Chernobyl), mas também doenças - inclusive o câncer - que só se manifestam anos após as pessoas terem recebido doses altas de radioatividade.

Escolher a fonte de energia mais adequada depende, pois, de uma comparação entre os benefícios, os custos e riscos que ela provoca e envolve.

Diferentes países têm feito escolhas diferentes e vários deles, na Europa, decidiram no passado excluir a energia nuclear do seu sistema, como a Itália, a Suécia e outros. Já outros, como o Japão e a França, fizeram a opção oposta.

Após 25 anos sem acidentes nucleares de grande vulto, a confiança na segurança de reatores aumentou e houve um esforço para estimular um "renascimento nuclear" com apoio governamental, principalmente nos Estados Unidos.

O acidente nuclear do Japão destruiu essa credibilidade e reviveu todos os problemas já esquecidos que reatores nucleares podem trazer. E também provocou uma reanálise de interesse em expandir a energia nuclear como solução na Europa e nos Estados Unidos.

Essa reavaliação é particularmente importante para os países em desenvolvimento, como o Brasil, que tem outras opções - melhores sob todos os pontos de vista - além da energia nuclear para a produção de eletricidade, que são as energias renováveis, como a hidrelétrica, a eólica e a energia de biomassa.

PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)

ÁGUA


Em nosso planeta esta molécula, H2O, ocorre em enormes quantidades, grande parte encontra-se depositada nos oceanos que cobrem cerca de 71% da crosta terrestre, os oceanos têm uma profundidade média de seis quilômetros,percebemos assim a enorme abundância desta molécula em nosso planeta.

Esta grande quantidade de água caiu dos céus quando o calor da terra ainda em formação quebrava moléculas de minerais como a mica, liberando átomos de oxigênio e hidrogênio, que se combinavam formando esta surpreendente molécula. Mais tarde as moléculas eram trazidas a superfície em rios de lava e, por conseguinte, evaporavam na forma de vapor de água. Pode-se inferir que nossos oceanos já foram um dia rochas do nosso planeta.

Anteriormente denominei a água de surpreendente molécula, este título deve-se a algumas características incomuns quando a comparamos a outras moléculas semelhantes, talvez sua propriedade mais incomum seja ser um líquido a temperatura ambiente. Por se tratar de uma molécula tão pequena se esperava que seu estado a temperatura ambiente fosse um gasoso, como a amônia e o metano, mais ainda como seu parente mais próximo o sulfeto de hidrogênio (H2S). O fato de a água ser líquida decorre de características dos átomos que a compõe: o tamanho do hidrogênio e os pares isolados do oxigênio, somados a grande capacidade do átomo de oxigênio de atrair elétrons.

As características dos átomos que compõe a molécula de água fazem com que as moléculas fiquem “amarradas” umas as outras pelo que chamamos de pontes de hidrogênio. Uma molécula de água pode se ligar a outras quatro e assim sucessivamente formando uma grande rede de ligações de hidrogênio, o resultado é que estas moléculas permanecem unidas constituindo um líquido fluido, ao invés de se moverem livremente como as moléculas de um gás.

Outra característica surpreendente da água é a de se congelar a uma temperatura relativamente alta, também resultado da força das suas ligações intermoleculares (ligações entre moléculas). Sua singularidade não se limita apenas ao que já foi falado, vale destacar que a maioria dos sólidos é mais denso que o líquido do qual se condensaram, mais o gelo a 0°C é menos denso que a água a mesma temperatura. Como resultados têm-se icebergs, lagos em que apenas uma fina camada na superfície congela; mantendo grande parte da água no abaixo no estado líquido mesmo a temperaturas inferiores ao seu ponto de congelamento, podendo assim manter-se viva a vida aquática no interior destes lagos. Este fenômeno também se deve as pontes de hidrogênio, porém ao contrário do que se pode pensar a água no estado sólido contém um número bem menor de pontes de hidrogênio, a estrutura do sólido termina sendo mais aberta que a do líquido, como resultado o sólido é menos denso.

Os três estados físicos da água estão presentes em grande quantidade no nosso planeta, porém apenas uma pequena parte é adequada ao consumo humano, 97% é água salgada, 75% da água que não é salgada encontra-se congelada nos pólos. O restante apenas 1% é potável, porém sua grande maioria está a altas profundidades no subsolo, temos então apenas 0,05% da água acessível para o nosso consumo, é a água que flui pelos lagos e rios. Antigos reservatórios de água estão sendo explorados através de poços, porém esta água não é restituída, tornando-se assim ainda mais inacessível.

A água é essencial a vida, logo fornece um meio perfeito para o transporte nas células, pode transportar moléculas para dentro e para fora da célula. O transporte de outras moléculas vai desde o transporte de moléculas orgânicas, como a glicose, a íons como sódio, potássio e cálcio; essências para o funcionamento do nosso organismo.

Esta molécula muitas vezes chamada de solvente universal, felizmente não pode dissolver tudo, posto que se pudesse dissolver o fosfato de cálcio dos nossos ossos, provavelmente não sobreviveríamos. Todavia é um grande solvente mistura-se com o álcool, como pode ser visto no vinho, na cerveja e na cachaça, pois forma pontes de hidrogênio com a molécula de álcool. Dissolve o açúcar pelas mesmas razões, além de sólidos iônicos como o sal e outros minerais.

A cor da água pura, um azul-pálido que pode ser observado a uma espessura superior a dois metros e contra um fundo branco, deve-se também as pontes de hidrogênio, como as moléculas estão ligadas entre si a vibração de uma empurra a molécula vizinha e isso faz com que a radiação na cor vermelha seja absorvida liberando assim uma tonalidade azulada. Muitas vezes vemos esta cor azulada em grandes formações de gelo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tabela periódica recebe dois novos elementos químicos


Dois novos elementos foram aceitos oficialmente e passam a integrar a tabela periódica. O reconhecimento veio das uniões internacionais de química e física puras e aplicadas (respectivamente Iupac e Iupap, nas siglas em inglês), que têm um grupo conjunto de estudos para avaliar as pesquisas feitas nessa área e regular os resultados.
Os dois elementos têm como número atômico – que designa o número de prótons em cada átomo – 114 e 116. Todos os elementos com número atômico de até 112 já eram reconhecidos. Há pesquisas alegando a descoberta dos elementos de número 113, 115, 117 e 118, mas eles ainda não foram aprovados pelo grupo de estudos da Iupac e da Iupap.

A recente descoberta foi creditada a cientistas dos laboratórios de Dubna, na Rússia, e Lawrence Livermore, nos EUA. Eles poderão sugerir os nomes dos novos elementos, e a proposta passa por um processo de avaliação. Segundo John Corish, da Iupac, os nomes devem ser escolhidos em cerca de seis meses. Até lá, eles serão chamados provisoriamente de ununquádio e ununhéxio, em referência a seus números.

Os elementos descobertos não existem na natureza, foram criados em laboratório – como todos os que têm número atômico superior a 94. São radioativos, extremamente pesados e instáveis; se dividem em outros elementos em frações de segundo.

“Não há aplicação prática, é uma questão de curiosidade”, disse o professor da pós-graduação em química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sobre as pesquisas que desenvolvem novos elementos. O pesquisador citou ainda a “teoria da estabilidade”, que acredita que, por volta do número atômico 120, haverá elementos que se mantenham por mais que frações de segundo e, por isso, poderão ser mais bem observados.

Contaminação por chumbo atinge 103 crianças na China


Uma contaminação por chumbo proveniente de fábricas de papel alumínio no leste da China envenenou gravemente 103 crianças e atingiu centenas de outros moradores no último caso relatado sobre toxinas industriais, reportou neste domingo (12) a agência oficial de notícias Xinhua.

Cerca de 12 crianças estão recebendo tratamento hospitalar por conta da intoxicação. Exames feitos em habitantes abaixo de 14 anos no município de Yangxunqiao, província de Zhejiang, detectaram a presença de 250 microgramas ou mais de chumbo por litro de sangue.

Outros 26 adultos foram identificados como caso de "envenenamento grave, com mais de 600 microgramas por litro de sangue", disse a agência, citando autoridades locais de saúde.

Além desses, cerca de 500 moradores da cidade foram diagnosticados com envenenamento moderado, com nível de 400 a 600 microgramas de chumbo por litro de sangue. "Trabalhadores e parentes, incluindo crianças, estão constantemente expostos a esses materiais em fábricas familiares", informou a Xinhua.

Em Yangxunqiao, 25 fábricas suspenderam a produção. A cidade abrange, ainda, cerca de 200 plantas que produzem folhas de estanho e empregam mais de 2.500 pessoas. A maioria dos trabalhadores nas unidades de papel alumínio são migrantes de regiões mais pobres, segundo a agência estatal.

Essa contaminação na China é o último registro de um problema que tem atingido muitas cidades e vilas do país, onde os moradores vivem muitas vezes a poucos metros de fábricas mal regulamentadas, que competem entre si para produzir mais barato. O crescimento industrial chinês, porém, tem esbarrado em uma preocupação cada vez maior das pessoas com a saúde.

A contaminação por chumbo pode ocorrer por exposição regular a pequenas quantidades desse metal pesado, que danifica os sistemas nervoso e reprodutor e os rins, além de causar pressão alta e anemia. A substância é especialmente prejudicial às crianças e pode levar a dificuldades de aprendizagem e problemas comportamentais.

O ministério do Meio Ambiente chinês pediu medidas urgentes para combater a intoxicação por chumbo, visto que casos de envenenamento em massa criam uma revolta popular generalizada. Mas Pequim tem falhado em combinar o compromisso de banir a contaminação com os recursos e a vontade política para cumprir essas exigências, já que as autoridades locais colocam faturamento, crescimento e empregos à frente da proteção ambiental e da saúde pública.

A China é o maior consumidor mundial de chumbo refinado, e a produção de baterias é responsável por 70% desse consumo, que este ano deve subir para 4,1 milhões de toneladas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Os caminhos Químico do AMOR


Com certeza todos nós já ouvimos alguém falar a frase “Rolou uma química entre nós” ou algo semelhante. Mas será mesmo que existe uma explicação científica para o amor?

O sentimento não afeta só o nosso ego de forma figurada, mas está presente de forma mais concreta, produz reações visíveis em nosso corpo inteiro. Se não fosse assim como explicar as mãos suando, coração acelerado, respiração pesada, olhar perdido (tipo “peixe morto”), o ficar rubro quando se está perto do ser amado?

Afinal, o amor tem algo a ver com a Química? Na verdade o amor é química! Todos os sintomas relatados acima têm uma explicação científica: são causados por um fluxo de substâncias químicas fabricadas no corpo da pessoa apaixonada. Entre essas substâncias estão: adrenalina, noradrenalina, feniletilamina, dopamina, oxitocina, a serotonina e as endorfinas.

A dopamina é considerada o “elemento químico do prazer”, que produz a sensação de felicidade. A norepinefrina é o hormônio responsável pelo desejo sexual entre um casal, é semelhante à adrenalina e causa a aceleração do coração e a excitação. De acordo com Helen Fisher, antropóloga e pesquisadora do amor da Universidade Rutgers, estes dois elementos juntos causam elevação, energia intensa, falta de sono, paixão, perda de apetite e foco único. Ela também afirma que “O corpo humano lança o coquetel do êxtase do amor apenas quando encontramos certas condições e… os homens produzem esse coquetel com mais facilidade, por causa de sua natureza mais visual”.

Os pesquisadores estão usando exames de ressonância magnética para analisar o cérebro das pessoas enquanto elas observam a fotografia de quem amam. Segundo Helen Fisher, famosa antropóloga e pesquisadora da Universidade Rutgers, o que eles vêem nessas imagens durante a fase “não-penso-em-outra-coisa” do amor – a fase da atração – é o direcionamento biológico de focar em uma única pessoa. As imagens mostraram um aumento no fluxo de sangue nas áreas do cérebro com altas concentrações de receptores de dopamina, substância associada aos estágios de euforia, paixão e vício. Os altos níveis de dopamina também estão associados à norepinefrina, que aumenta a atenção, memória de curto prazo, hiperatividade, falta de sono e comportamento orientado. Em outras palavras, casais nessa fase se concentram muito no relacionamento e deixam de lado todo o resto.

Outra possível explicação para o foco intenso e a idealização que ocorrem na fase da atração vem dos pesquisadores do University College, em Londres. Eles descobriram que as pessoas apaixonadas têm níveis mais baixos de serotonina e os circuitos nervosos associados à avaliação dos outros são reprimidos. Esses níveis mais baixos de serotonina são os mesmos encontrados em pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo, o que pode ser a explicação da obsessão que os apaixonados têm por seus parceiros.

E por que o amor esfria?

Acontece que essa sensação pode não durar muito tempo, neste ponto os casais têm a impressão que o amor esfriou. Com o passar do tempo o organismo vai se acostumando e adquirindo resistência, passa a necessitar de doses cada vez maiores de substâncias químicas para provocar as mesmas sensações do início. É aí que entra os hormônios ocitocina e vasopressina, são eles os responsáveis pela atração que evolui para uma relação calma, duradoura e segura, afinal, o amor é eterno (ou não, rsrsrs)!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O tempo é real ou é uma ilusão?


A realidade do tempo

Muitos físicos argumentam que o tempo é uma ilusão. Lee Smolin prefere discordar.

E se o tempo for mesmo algo real?

Se você não é um físico teórico, a pergunta colocada por Smolin pode soar como uma grande bobagem, como se alguém lhe perguntasse: "E se os seus sapatos e meias fossem reais?"

Afinal, você os usa todos os dias, assim, como não poderiam ser reais?

Dentro do mundo da física fundamental, porém, a noção de que o tempo possa ser real é praticamente radical.

A sensação do tempo

Sim, como seres humanos, vivenciamos o tempo como uma coisa que flui; nós marcamos uma linha divisória entre o passado imutável e o futuro ainda a ser escrito; e nós acreditamos que vivemos em um momento especial que chamamos de presente, que está sendo constantemente atualizado.

Ainda de acordo com a sabedoria convencional - ou, pelo menos, de acordo com aquele tipo peculiar de sabedoria pouco convencional que governa a física quântica e a cosmologia - o tempo é uma ilusão que emerge de uma física mais profunda.

Nesse ponto de vista, o tempo é uma representação ficcional para o comportamento em larga escala de algo mais fundamental.

"É comum na filosofia e na ciência presumir que as coisas que são mais profundas e mais verdadeiras sobre o mundo estão fora do tempo," resume Smolin, físico teórico do Instituto Perimeter em, Ontário, no Canadá. "A questão fundamental é, o tempo é real ou é uma ilusão? Nós experimentamos a vida como uma sequência de momentos, mas é assim que o mundo realmente é?"

"Não há dúvida de que o tempo existe, nós o usamos todos os dias," acrescenta Sean Carroll, físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia. "Mas não temos certeza se o tempo é realmente fundamental, se é uma parte necessária de uma compreensão profunda da física, ou se é apenas uma aproximação útil."

A realidade do tempo

Smolin prefere continuar defendendo a realidade do tempo.

Mas, para isso, ele deve superar um grande obstáculo: as teorias da relatividade especial e geral parecem implicar o oposto.

Na visão clássica de Newton, a física funciona obedecendo ao tique-taque de um relógio universal invisível.

Mas Einstein descartou esse relógio-mestre quando, em sua teoria da relatividade especial, ele argumentou que não há dois eventos verdadeiramente simultâneos a menos que entre eles haja uma relação de causalidade.

Se a simultaneidade - a noção do "agora" - é relativa, o relógio universal deve ser uma ficção, e o próprio tempo é uma aproximação para o movimento e a mudança dos objetos no universo. O tempo está literalmente descartado da equação.

Embora tenha passado grande parte de sua carreira explorando as facetas de um Universo atemporal, Smolin se convenceu de que isto está "profundamente errado", diz ele. Ele agora acredita que o tempo é mais do que apenas uma aproximação útil, que ele é tão real quanto a fome que sentimos nos diz que é, mais real, na verdade, do que o próprio espaço.

Física quântica e relatividade geral

A noção de um "tempo real e global" é a hipótese de partida para os novos trabalhos de Smolin, que ele vai realizar este ano com a ajuda de dois estudantes de pós-graduação, financiado pelo Instituto FQXi, uma entidade sem fins lucrativos cuja proposta é discutir as questões fundamentais da física e do Universo.

Smolin espera que este estudo possa permitir-lhe superar um dos maiores problemas não resolvidos da física e da cosmologia - unir as leis da física quântica com as leis da relatividade geral.

A física quântica funciona maravilhosamente bem quando aplicada aos átomos e suas partes constituintes; a relatividade geral é uma descrição testada e comprovada do espaço-tempo na escala macro dos planetas, estrelas e galáxias.

Quando estes dois conjuntos de leis se encontram, porém, como devem fazer para descrever o que acontece dentro de um buraco negro ou como o universo era na época do Big Bang, surge o conflito e o desentendimento.

Poderia o tempo ser a linha que irá costurá-las em uma peça única?
O tempo é real ou é uma ilusão?
O Telescópio de Raios Gama Fermi revela emissões brilhantes no céu: poderiam essas emissões revelar a verdade sobre o tempo? [Imagem: NASA/DOE/Intl. LAT Team]

Relógio cósmico

Smolin espera que o levar o tempo a sério vai ajudar a desvendar o que aconteceu no cosmo primordial.

Até agora, é difícil distinguir as leis da natureza atuais das condições iniciais do universo - Em comparação, é fácil distinguir entre dois experimentos no laboratório porque estes testes podem ser repetidos com diferentes condições de partida. Os cosmólogos, entretanto, não podem reinicializar o universo.

Se ele puder lidar com as leis da física com a ajuda de um relógio cósmico fundamental, Smolin pode examinar a possibilidade de que essas leis possam ter sido diferentes no passado. A ideia de que as leis da física podem evoluir com o tempo só faz sentido num quadro em que o tempo é fundamental, afirma ele.

Para entender o porquê, imagine um jogo de futebol no qual as regras são programadas para mudar a cada minuto. Se o próprio relógio não for fundamental, mas também for governado por essas regras flutuantes, os pobres jogadores e árbitros estariam presos em um loop lógico infinito.

As idéias de Smolin podem ser pouco convencionais, mas outros cientistas admiram suas tentativas para salvar o tempo.

"Não fazer isso é negar os dados mais fundamentais que coletamos na vida diária - que estão na base da nossa capacidade de realizar experimentos e analisar teorias," diz George Ellis, um matemático da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.

Entretanto, Carlo Rovelli, um físico da Universidade de Marselha, na França, é de opinião contrária: "Nós não devemos forçar as teorias à nossa intuição: nós mudamos a intuição para entender as teorias."

Além da filosofia

Smolin tem consciência de que suas teorias devem ser mais do que filosoficamente agradáveis para que possam ser consideradas científicas.

Ele observa que os astrônomos já estão usando telescópios de raios gama e observatórios de raios cósmicos para investigar se as leis da relatividade especial ainda se mantêm sob energias extremas. Esses experimentos produziram resultados que restringem algumas teorias quânticas da gravidade.

"Embora eles não resolvam a questão de saber se o tempo é real," diz Smolin, "esses experimentos limitam as opções para teorizações sobre a natureza do tempo."

Brasil tem uma das maiores reservas de terras raras do planeta


O Brasil pode ser dono de uma das maiores reservas de terras raras do planeta, mas, hoje, praticamente não explora esses recursos minerais.

As terras raras são usadas em superimãs, telas de tablets, computadores e celulares, no processo de produção da gasolina, e em painéis solares.

Estimativas da agência Serviços Geológico Norte-Americano (USGS), apontam que as reservas brasileiras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de terras raras.

De olho no potencial brasileiro, a Fundação Certi, de Santa Catarina, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, e Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), do Rio de Janeiro, estão se articulando para dar apoio à iniciativa privada, caso o Brasil decida explorar esses recursos minerais e entrar no mercado.

Reservas de terras raras

Um mercado hoje inteiramente dominado pela China, responsável por 95% da produção e dona de 36% das reservas conhecidas. O valor do mercado mundial dos óxidos de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões anuais.

"Estamos nos estruturando para, caso alguém se interesse por entrar na mineração, a gente poder apoiar as iniciativas. Temos alguns projetos de pesquisa, mas começamos devagar porque se não amadurecer a mineração de terras raras no Brasil, não tem sentido a gente investir em pesquisa e desenvolvimento para exploração e produção", afirma Fernando Landgraf, diretor de inovação do IPT.

Como parte da ação das entidades acadêmicas de colocar o assunto em discussão e contribuir para o debate, Landgraf publicou um artigo no jornal Valor Econômico no dia 13 de abril, chamando a atenção para o potencial brasileiro.

Nos 3,5 bilhões de toneladas de terras raras, após os processos industriais que concentram e separam os elementos químicos que ocorrem de forma agregada nos minérios, há 52,6 milhões de toneladas de metal.

Essa estimativa do USGS consta no documento Os principais depósitos de elementos terras rara nos EUA - Um resumo dos depósitos domésticos e uma perspectiva global.

Com base em dados do geólogo da CPRM, Miguel Martins de Souza, publicados em revista científica especializada, a USGS calculou também que a reserva de 2,9 bilhões de toneladas de terras raras na mina de Seis Lagos, na Amazônia, resultaria em 43,5 milhões de toneladas de metal contido.

Em Araxá, Minas Gerais, em uma mina explorada pela Vale, haveria o segundo maior depósito brasileiro: a estimativa dada pelo documento é de 450 milhões de toneladas de terras raras e 8,1 milhões de metal contido para essa mina.

Terras raras

As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos, mas que diferem no número de elétrons em uma das camadas da eletrosfera do átomo. São agrupadas em uma família na tabela periódica porque ocorrem juntos na natureza e são quimicamente muito parecidos.

Também têm como característica comum os nomes complicados: lantânio, neodímio, cério, praseodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio, escândio e lutécio.

Apesar do nome sugerir, esses metais não são tão raros como o ouro, por exemplo.

Se, até poucos anos atrás, não compensava para o Brasil entrar no setor, por não haver condições de competição com a China, o potencial das reservas brasileiras e o aumento dos preços das terras raras no mercado internacional podem tornar o negócio economicamente viável, defende o diretor do IPT.

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Preços em disparada

Em média, os preços das terras raras no mercado internacional praticamente triplicaram nos últimos anos, segundo Landgraf.

O óxido de neodímio, que em janeiro de 2009 custava US$ 15 o quilograma, em janeiro de 2011 atingiu o valor de US$ 150 o quilograma.

"Na hora em que o preço sobe tanto, o que não era economicamente viável há três anos pode se tornar viável no presente. E o Brasil está na posição de ter a maior reserva de terras raras no planeta", aponta.

Algumas reservas do Brasil são bem conhecidas, particularmente as de fosfato em Poços de Caldas, Araxá e Catalão. As terras raras estão contidas nos rejeitos da mineração de fosfato. "São minas que não estão mais na fase de pesquisa mineral, mas de pesquisa de viabilidade econômica: sabemos quanto tem, mas é viável economicamente concentrar?", explica Landgraf.