segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Brasil ‘estreita relações’ com centro responsável por colisor de partículas


Negociador não vê expansão do Cern como reflexo de crise financeira.
Comissão vê chance de Congresso avaliar adesão no início de 2011.


Brasil ‘estreita relações’ com centro responsável por colisor de partículas
Negociador não vê expansão do Cern como reflexo de crise financeira.
Comissão vê chance de Congresso avaliar adesão no início de 2011.

Ana Luiza Sério Especial para o G1, de Genebra
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Uma das instalações do Grande Colisor de Hádrons (LHC), megatúnel para colidir partículasUma das instalações do Grande Colisor de Hádrons (LHC), megatúnel para colidir partículas (Foto: Andrew Strickland / cortesia Cern 7-8-2010)

A comissão brasileira que esteve em Genebra para negociar a entrada do país como membro do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), retornou ao Brasil sábado (18). Foram três dias de reuniões e visitas aos laboratórios que resultaram em uma carta de intenções em que o centro afirma o interesse na participação brasileira. O Brasil foi o primeiro país a negociar com o Cern. Outros países, como a Índia e a China já demonstraram interesse.
Claramente a expansão deles
está motivada em reduzir a contribuição dos outros países, com mais países contribuindo. Mas, na verdade, esse interesse precede a crise econômica. O movimento de expansão não é uma consequência da crise"
Ronald Shellard, presidente da comissão brasileira

De acordo com Ronald Shellard, presidente da comissão, o resultado das negociações foi “melhor do que o esperado”. “O processo está mais rápido e o ministro tem intenção de encaminhar logo. Essas negociações abrem uma perspectiva para as empresas brasileiras muito interessante”, afirmou.

O próximo passo é o ministro de Ciência e Tecnologia Brasileiro, Sérgio Rezende, apresentar um documento oficial, reafirmando a intenção brasileira. Isso deve ocorrer até o final do ano, quando o conselho do Cern aprovaria a adesão brasileira e um grupo faria uma visita ao país.

“Assim, no inicio do ano que vem já teríamos esse processo no Congresso”, diz Shellard, para quem as eleições presidenciais não afetariam o acordo: “Essa questão da relação com o Cern deixou de ser uma política de governo e passou a ser uma política de Estado. Então, acreditamos, que independentemente de quem seja eleito, não haja grandes mudanças no perfil científico e que as decisões tomadas por esse ministro serão honradas.”

Em nota publicada para a imprensa, o diretor geral do Cern ressalta “que muitos brasileiros têm dado sua contribuição aos programas” do Cern desde seus primórdios e “hoje participam de forma vigorosa” em vários de seus programas científicos, em particular nos experimentos do LHC, a “Máquina do Big Bang”. A iniciativa do Brasil no sentido de tornar-se um dos primeiros países-membros associados ao Cern, diz o texto, “traz muita alegria e, certamente, dará o Brasil papel de destaque na organização”.

Shellard não entende a iniciativa do Cern como uma resposta ao recente corte de orçamento, divulgado semana passada. “Claramente a expansão deles está motivada em reduzir a contribuição dos outros países.

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