quarta-feira, 21 de março de 2012

Fracasso da geoengenharia: gases que salvaram camada de ozônio agora ameaçam o clima

O Protocolo de Montreal entrou em vigor em 1989, e ficou famoso por banir os CFCs (clorofluorocarbonetos) e os HCFCs (hidroclorofluorocarbonos), que destroem a camada de ozônio. Esses gases foram então substituídos pelos HFCs (hidrofluorocarbonetos), que se acreditava serem benéficos ou, no mínimo, inertes em relação à camada de ozônio em particular e ao meio ambiente em geral. Contudo, demonstrando os riscos a que o planeta está sujeito com ex perimentos de geoengenharia, agora os próprios cientistas estão pedindo um controle sobre o uso também dos HFCs. De certa forma, a substituição dos CFCs pelos HCFCs foi o primeiro experimento de geoengenharia em larga escala. E os resultados não foram bons. Ativos e duradouros Já havia sido demonstrado que os HFCs podem provocar chuva ácida. Agora ficou demonstrado também, ao que contrário do que se demonstrara na época, que os hidrofluorocarbonetos são climaticamente muito ativos e extremamente persistentes no ambiente. Os hidrofluorocarbonetos são muito semelhantes aos clorofluorocarbonetos, com a diferença de não usaram cloro e não destruírem o ozônio estratosférico. Ambos são usados em geladeiras e ar-condicionados, em latas de aerossol e como solventes na fabricação de espuma. O que não se sabia então era que esses HFCs são gases de efeito estufa muito potentes. O HFC-134a, também conhecido como R-134a, por exemplo, usado nos aparelhos de ar-condicionados de automóveis, é 1.430 vezes mais ativo do que o hoje quase odiado CO2 (dióxido de carbono). O dióxido de carbono bem poderia rivalizar com o oxigênio como o "gás da vida", dada sua importância no ciclo biológico da Terra. Hoje, porém, ele é mais conhecido como um gás de efeito estufa - o mesmo efeito que permite a vida na Terra, mas que, levado ao exagero, pode colocar essa mesma vida em dificuldades. Bibliografia: Preserving Montreal Protocol Climate Benefits by Limiting HFCs Guus J. M. Velders, A. R. Ravishankara, Melanie K. Miller, Mario J. Molina, Joseph Alcamo, John S. Daniel, David W. Fahey, Stephen A. Montzka, Stefan Reimann Science Vol.: 335 no. 6071 pp. 922-923

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